15/07/06

Fellini sempre

Esta é a história de um realizador em crise de criatividade pressionado por uma entourage sempre pronta a explorar o seu trabalho. Esta crise de criatividade exprime-se de uma forma onírica e até algo delirante. A falta de criatividade do “realizador” é superada pelo excesso de imaginação de Fellini. As personagens do filme podem reduzir-se a uma o realizador interpretado por Marcelo Mastroiani. As outras personagens não são mais do que suportes da acção do protagonista, são meros figurantes. Fazem lembrar o coro das tragédias gregas. A beleza traduz-se na utilização do preto e branco, no cuidado e na imaginação postos nos figurinos e na escolha da música. A música dos filmes de Fellini tem uma magia especial e única. Fellini acaba sempre por transpor para os seus filmes algo de um ambiente circense que lhe deveria ser muito caro.
O filme é longo e o seu visionamento torna-se um verdadeiro manancial de prazer. Apesar de tudo este não é o filme de que mais gosto mas é um Fellini e isso diz tudo.
Já não há Fellini, nem Mastroiani. Abençoadas tecnologias modernas que nos permitem rever sempre que queremos os filmes da nossa vida.

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