Nas arrumações da minha
biblioteca encontrei alguns livros que já tinha esquecido. Um deles foi, “A Biblioteca” de
Umberto Eco. Trata-se de uma conferência que o autor deu em 1981 para
comemorar os vinte e cinco anos da Biblioteca de Milão com sede no Palácio
Sormani.
Umberto Eco começa por
transcrever um excerto da Biblioteca imaginada por Jorge Luís Borges em “A
Biblioteca de Babel” como possibilidade de construção de modelos fantásticos de
bibliotecas. Seguidamente decide definir pela negativa uma má biblioteca.
Exemplos : d) o espaço de tempo decorrido entre o pedido e a entrega do
livro deve ser muito longo; h) o bibliotecário deve considerar o leitor como um
inimigo, um vadio( senão estaria a trabalhar), um ladrão potencial. etc.
Após esta introdução bem
humorada, o autor preocupa-se em mostrar como as bibliotecas podem apresentar
várias respostas que permitam rentabilizar melhor os seus fundos e satisfazer
os leitores.
Defendo a possibilidade de o
leitor ter acesso às estantes e justifica-a assim: “..A função ideal de uma biblioteca é de ser um pouco como a
loja de um alfarrabista, algo onde se podem fazer verdadeiros achados
“ Se a biblioteca é, como pretende Borges, um modelo do
Universo, tentemos transformá-la num universo à medida do homem.”
E termina com uma referência à
definição de biblioteca dada pela UNESCO
“ A biblioteca… deve ser de fácil
acesso e as suas portas devem estar abertas a todos os membros da comunidade,
que poderão usá-la livremente, sem distinções de raça, de cor, de nacionalidade,
de idade, de sexo, de religião, de língua, de estado civil ou de nível
cultural”