26/03/11

Mario Vargas Llosa

Acabei de ler este livro do último "Nobel" Mario Vargas Llosa. Nunca tinha lido nada do autor em questão embora conhecesse um pouco da sua biografia. Num clube de leitura ( da Associação de Solidariedade dos Professores) foi sugerida a sua leitura.
É um romance interessante e um pouco inesperado. Nele se desenrolam paralelamente dois percursos de vida. Por um lado o de Flora Tristan, feminista, lutadora pela defesa dos direitos humanos em geral e da mulher em particular(1). Por outro lado a vida de Paul Gaugin o pintor. São avó e neto mas muito pouco os liga nas duas histórias. A trama desenvolve-se entrecortadas pois ao logo de toda a obra as duas histórias são apresentadas em capítulos alternados ( a um capitulo sobre F. T. segue-se outro sobre P. G. e assim sucessivamente). F. T. viveu na segunda metade do século XIX numa sociedade com grandes desigualdades onde os direitos humanos e, especialmente os direitos humanos em muitos casos não eram sequer reconhecidos com o tal. As vicissitudes da sua vida levaram-na a conhecer muito de perto as grandes injustiças que se praticavam e transformaram-na numa revolucionária que acabou por abdicar da sua vida pessoal para se entregar a uma luta extremamente difícil.
Quanto a Gaugin a sua história é a de um homem que, a partir de certa altura abandona tudo ( família, emprego e até país) para ser pintor. A partir desse ponto a sua vida tornou.se uma transgressão, uma provocação constante. Quis romper com a sociedade, com a ordem civilizada, com a pintura tal como se fazia na época.
Embora no romance não haja qualquer conclusão sobre eventuais pontos de contacto entre as duas histórias é possível encontrar alguns pontos de contactos. Ambos os personagens destas histórias `têm em comum um desejo de mudança, por razões diferentes mas utilizando muitas vezes os mesmos meios.
Notas:
Na obra há referrências detalhadas a alguma pinturas de Gaugin





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