05/03/07

Violência nas escolas



Nos últimos dias têm vindo a lume várias notícias de agressão a professores. Não sei se este tipo de situações se tornou mais visível se mais frequente. A recorrência destas notícias tem levado os jornalistas a debruçarem-se um pouco mais sobre o assunto. O Público de hoje diz que “enviou à Ministra da Educação algumas questões sobre a indisciplina e a violência escolar”. A Ministra respondeu enviando um texto compacto. Sem deixar de referir a necessidade de reforçar a autoridade das escolas e dos professores, Maria de Lurdes Ribeiro chama a atenção para o facto de ser perigoso “generalizar” casos que considera pontuais.
Gostaria que a Sr.a Ministra fizesse um exame de consciência e analisasse em que medida a acção do seu ministério pode ter contribuído para o agravamento desta violência. Há muitas e variadas causas na base dos comportamentos violentos por parte de alunos e seus familiares em relação aos professores. Longe de mim responsabilizar o ministério por todas elas. Não posso, no entanto deixar de apontar as responsabilidades que competem a este governo. Pressionado por questões económicas e pela necessidade de aumentar os níveis de sucesso no ensino, o governo promoveu ( impôs de uma forma dirigista) uma “reforma” desajustada. É lugar comum dizer-se que as reformas da educação só resultam se forem feitas com os professores As reformas do actual governo têm sido feitas à revelia e até, nalguns casos contra os professores. Por outro lado, o Ministério da Educação, tem desenvolvido uma táctica de discredibilização dos professores. Com professores descontentes e pouco motivados e com a culpabilização e o descrédito a que estão sujeitos é natural que se tornem alvos mais apetecíveis para alguma marginalidade que também grassa nas escola.
Sugiro à Sra. Ministra que veja, por exemplo, o que se passa em Espanha(Professores mais protegidos) e tire daí ensinamentos para a sua acção futura.

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