Era uma feira pequena com poucos stands onde imperava a
doçaria tradicional, algum presunto e o famoso medronho.
Num palco improvisado a “ Confraria do Medronho” cantava o
seu hino a “Maria Latoa”
Maria Latoa
Baltazar
Cutelo
Felícia
Galvoa
Lexandre Faz
Bicho
Olaré Sim Sim
Maria Latoa
E não há mais
quem queira
Do coró-cocó
Que o galo
cantou
Refrão
Se o galo
cantou
Deixá-lo
cantar
Que ele tem
seu bico
Olaré Sim Sim
Que lhe veio
do mar
E não há mais
quem queira do coro-cocó
Que o galo
cantou
Maria Latoa
Com quem
dormes tu
Durmo com um
gato que me arranha o cú
E não há mais
quem queira do coró- cocó
Que o galo
cantou
Refrão
Esta cantiga popular fez-me recordar tempos já assaz
distantes. Costumava vir passar as “ férias grandes” ao Algarve com os meus
avós. A maior parte passava-as na Praia dos 3 Irmãos quando ainda não era conhecida
e se contavam pelos dedos das mãos os visitantes. Durante esse longo período (4
meses) cerca de 15 dias a um mês eram reservados para ir até Monchique ficar
com os tios. Eram umas férias diferentes, da praia mudava para a serra. Davam-se
passeios, faziam-se picnics e, por vezes nesses convívios, ouviam-se canções
populares. A Maria Latoa era uma delas. Foi uma recordação boa que se reavivou.