29/06/06
Promoções interessantes !!!
Livros e leituras
- Tens medo de morrer?
- Não é morrer que me dói. O que me dá tristeza é ficar morto.” (pag. 66)
“ A viagem não começa quando se percorrem distâncias, mas quando se atravessam as nossas fronteiras interiores. A viagem acontece quando acordamos fora do corpo, longe do último lugar onde podemos ter casa.” ( pag.77)
“- Passou-se alguma coisa com a mãe?
- Não, é comigo.
- E o que se passa consigo?
- Sabe como eu me chamo nestes ultimamentes?
……………………………………………………….
- Jesustino! Agora chamo-me Jesustino.
No ano passado, ele tinha sido Ildefonso. Já fora Agnelo, Salvador. E muitos, muitos outros. Desde que casara, mudava de nome em cada aniversário. O argumento era que, assim, em trânsito nominal, acabaria vivendo mais tempo.”(pag.83)
“A vida são golpes, costuras e pontes.”(pag.87)
“- Lembra-se do tempo em que eu passava tardes e tardes costurando?
- Lembro-me mãe. Eram tantas filhas, tantas roupas?
- A maior parte das vezes, eu só fingia que costurava.
- Fingia? Fingia para quê?
Os homens não gostam que as mulheres pensem em silêncio. Nascem-lhes suspeitas.
- Enquanto ia costurando, o seu pai não imaginava que eu estava pensando. Minha cabeça viajava por todo o lado.
Nesses escassos momentos, Constança era mulher sem ter que pedir licença, existindo sem ter que pedir perdão.” (pag.92)
“ Os ricos enriquecem, os pobres empobrecem.
E os outros, os remediados, vão ficando sem remédio.”
( O Barbeiro de Vila Longe) (pag.211)
“De regresso à Vila, abriu a barbearia. Todos se espantaram: como é que um homem tão letrado aceitava uma ocupação tão modesta? Só depois se soube: a barbearia é um lugar em que se reduz o cabelo e crescem as línguas. É um bazar de conversas, um mercado de mexericos. ( pag.213)
“A saudade é uma tatuagem na alma: só nos livramos dela perdendo um pedaço de nós.” (pag.223)
28/06/06
2ªvida
Não foram 7 anos mas 8 meses inteiros que aguardei ansiosamente a carta que me anunciaria a aposentação. Finalmente chegou o dia há tanto esperado. Não sei se gosto desta palavra aposentação acho que reforma está mais de acordo com o que penso. Reforma significa dar nova forma, melhorar corrigir. Hoje inicio a minha segunda vida talvez menos agitada mas com planos q. b.
26/06/06
Nova semana...
25/06/06
Fim de semana …descompressão
Volvidas mais de três décadas regresso ao Arcada. Hoje o café foi “modernizado no interior. Tem um grande balcão corrido, muitos empregados. Não tem serviço de mesa e ao fundo, porque o café é amplo, há uma zona de restaurante. Talvez se tenha democratizado mas o espaço mudou tanto que sinto uma certa saudade do velho Arcada mesmo com as suas limitações. É efeito dos tempos.
23/06/06
"O sol é grande: caem co'a calma as aves,"
Brisa do dia
O sol é grande: caem co'a calma as aves,
Do tempo em tal sazão, que sói ser fria.
Esta água que de alto cai acordar-me-ia,
Do sono não, mas de cuidados graves.
Ó cousas todas vãs, todas mudaves,
Qual é tal coração que em vós confia?
Passam os tempos, vai dia trás dia,
Incertos muito mais que ao vento as naves.
Eu vira já aqui sombras, vira flores,
Vi tantas águas, vi tanta verdura,
As aves todas cantavam de amores.
Tudo é seco e mudo; e, de mistura,
Também mudando-me eu fiz doutras cores.
E tudo o mais renova: isto é sem cura!
Sá de Miranda
22/06/06
Estados de alma II
mas eu sinto o Inverno
Brisa do dia
“E, hoje, pensando no que tem sido a minha vida, sinto-me um qualquer bicho vivo, transportado num cesto de encurvar o braço, entre duas estações suburbanas. A imagem é estúpida, porém a vida que defini é mais estúpida ainda do que ela.”
Fernando Pessoa
21/06/06
O passar dos dias
Rebentação
A Sra Ministra da Educação diz que se fosse professora também se sentiria descontente com as actuais medidas governamentais. Pois eu que sou professora não me sinto descontente mas desencantada desmotivada e revoltada.
Vaga de fundo
El desierto del mundo
A través de la ventana (que son mis ojos)
veo el desierto del mundo
y miro lo que puedo, lo que sé mirar:
¿qué fuera yo si no fuera lo que soy?,
¿qué soy en este desiertos
sino un cactus, un animal salvaje,
un insecto más?
¿Sería acaso el sol enfermizo,
el veneno de los alacraneso
el silencio devastador?
Descendiendo las escaleras del tiempo
no arribo a ninguna parte,
por eso me callo, por eso me voy...
Cierro la ventana
y me encierro en la oscuridadde
mi espíritu.
Julio César Aguilar (poeta mexicano)
Brisa do dia
"Estou para aqui todo(a) crepusculado(a)"
Mia Couto
20/06/06
19/06/06
No Público de ontem o Dr. António Borges, EX-DEAN DO INSEAD, EM FONTAINEBLEAU, FRANÇA; MEMBRO DO CONSELHO DE GOVERNADORES DO WELLINGTON COLLEGE, EM INGLATERRA E MEMBRO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE BOCCONI, EM ITÁLIA escreveu um artigo subordinado ao título Educação, professores e avaliação. Neste artigo o distinto economista começa por fazer um rasgado elogio à Srª Ministra da Educação pela sua acção para combater o insucesso educativo. É pena, no entanto, que não esteja devidamente informado sobre o que se tem vindo a passar. Considera que “ a grande controvérsia que hoje impera no mundo da educação resulta de a ministra ter afirmado que os professores também são responsáveis pelo insucesso escolar. Mais à frente refere “Ao recusarem a avaliação, os professores – ou alguns deles-estão a prestar um péssimo serviço aos seus alunos”. Sr Dr. a verdadeira controvérsia não é essa mas sim atitude desnecessariamente arrogante e prepotente que começa por destruir (os professores e o seu profissionalismo e dignidade ) para depois construir. A sra. Ministra o que disse é que os professores são os responsáveis e não que também são responsáveis pelo insucesso. Mais uma vez digo e sem ter receio de me repetir que as generalizações são muito perigosas. Tão perigosas que fizeram duma ministra que poderia modificar o sistema educativo com a colaboração dos professores, uma governante isolada dificilmente tolerável.
Esta é a razão porque não escrevo artigos de opinião sobre economia!!!
17/06/06
14/06/06
"VÍTIMAS"
Acerca das críticas feitas aos parlamentares que mudaram os seus trabalhos do dia 21 devido ao Mundial de futebal a drª Manuela Ferreira Leite disse que “essas críticas só provam que os deputados são as pessoas mais mal amadas do país” . Esta afirmação é curiosa. A senhora deputada que também já foi Ministra da Educação sente-se “vítima.” Muito me apraz registar este estado de alma da Drª. É bom que sinta na pele aquilo que numa escala mais bem mais alargada sentem os professores. Os professores também se sentem injustiçados e também são “vítimas” de generalizações abusivas. Há bons professores e há maus professores. Tal como há bons e maus deputados e ninguém tem direito de generalizar. A senhora deputada sente-se injustiçada mas sabe que o Ministro dos Assuntos Parlamentares não irá certamente seguir essa opinião e não irá atacar os deputados chamando-lhes incompetentes e pouco trabalhadores. É aí que reside a diferença entre nós.
11/06/06
10/06/06
08/06/06
Estado de alma
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar.
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Álvaro de Campos